Blog do Doutor Fofinho

"Tudo começou há algum tempo atrás na Ilha do Sol..." Há muitos anos eu montei esse blog, dando o nome "Le Cul du Tabou", inspirado por uma amiga, para falar sobre o tabu das coisas. Ganhei muitos seguidores, mas desde 2018 não escrevi mais nele. Estou retomando, agora com novo nome, o "Blog do Doutor Fofinho", muito mais a minha cara, minha identidade. Sejam bem vindos.

Friday, September 25, 2009

PROSTITUIÇÃO.....


“Ela vai à luta de corpo inteiro / Ela faz de tudo / Ela faz ligeiro / As coisas que precisa, tudo o que quer / Se materializa uma mulher. (...) Ela nem se assusta, nem mesmo pisca / Sabe o quanto custa servir de isca / Quem sabe é mãe / Mãe da família / Ou quem sabe até é a sua própria filha...” (Música que não lembro o nome, de Paulo Ricardo, RPM)

Tenho pensado muito na prostituição ultimamente. Suas formas, suas armadilhas, seus meandros. Isso porque, vez ou outra, alguns assuntos “se aproximam” do meu imaginário por conta de acontecimentos e histórias reais, fazendo com que eu reflita sobre esses assuntos. Quando a ética permite, divido esses assuntos com vocês e eles viram “postagens”...

Como estava dizendo, a “bola da vez” é a prostituição... Muitas prostitutas passaram pela minha vida...er.... melhor dizendo... várias histórias de prostitutas e prostitutos chegaram até mim em períodos diferentes... Mas ultimamente as pessoas têm me contado mais histórias sobre isso e parei para refletir um pouco sobre o tema... Por quê? Não sei ao certo. Talvez não tenha explicação. Mas uma coisa que sempre me intrigou sobre a prostitução é que, quando era mais jovem, o senso comum e meus primeiros analistas tendiam a encarar a prostituição como uma prática auto-destrutiva, fruto de problemas de criação, abuso sexual, falta de oportunidades na vida, entre outras mazelas do mundo. Ou seja: sofrer essas mazelas deixaria como conseqüência a baixa auto-estima e faria com que a pessoa “encontrasse” a prostituição como forma de auto-flagelo.

O tempo foi passando, a experiência foi chegando e fui tomando proximidade de situações e pessoas que trabalhavam como prostitutas e prostitutos e não necessariamente possuíam histórias trágicas de vida e tampouco viviam à “beira do apocalipse” em vida. Conheci, de fato, pessoas que escolheram a prostituição como profissão, muitas vezes por um início “casual”, começando por uma “brincadeira”, ou mesmo pela necessidade de se sustentar numa situação de vida adversa e, pasmem, até encontrei pessoas que decidiram se prostituir porque perceberam que tinham “vocação” para fazer um bom sexo e decidiram ganhar dinheiro em cima disso...

Não, não estou dizendo que seja sempre um mar de rosas. Nem digo que não existam riscos, e até muitas pessoas cuja história de prostituição derivem dessa origem comum das tais mazelas humanas. Mas o fato é que, se ficarmos “presos” a essa única explicação, tendemos a ser preconceituosos e deixamos de ter uma visão mais global, plural sobre a vida.

Riscos, insatisfações, decepções, violência... isso pode ocorrer em maior ou menor grau em qualquer profissão. Até na Medicina. Há coisa de um mês atrás fui ameaçado de morte por uma pessoa, dentro do meu ambiente de trabalho e, devo dizer, por muito pouco não fui precocemente (pelo menos do meu ponto de vista) reunir-me com São Pedro. Filho de Xangô que sou, quero sim encontrar-me com São Pedro, São Gerônimo, São João e todas as variações sincréticas do meu santo protetor, mas não agora...

E por falar em Medicina, nem todo muito a faz por absoluta vocação, destino, missão ou predestinação. Conheço um médico – excelente, aliás – que confessou que nunca gostou da Medicina e escolheu ser médico para ganhar dinheiro que lhe desse sustento digno para que pudesse suportar seu sonho de seguir uma carreira musical. E isso é apenas um exemplo das “variações” nas escolhas das profissões.

Então, a primeira coisa que tenho a falar sobre a prostituição é a seguinte: acredito que haja pessoas que a fazem bem, seja por amor, por vocação, ou por necessidade. A segunda é que, obviamente, se trata de uma “profissão de risco”, como várias outras que encontramos por aí. Será que é mais ou menos arriscada que um instalador de cabos elétricos em redes de alta tensão? Será que é mais ou menos insalubre que um limpador de fossas e bueiros? Não sei. Acho que depende do modo de ver de quem a exerce. A terceira é que, definitivamente, é uma profissão. E acredito ser muito digna.

Eu queria discorrer várias “estorinhas” sobre putos e putas que conheci nos últimos tempos, mas decidi abolir essa parte para preservar a identidade da “putada”. Isso porque os detalhes de suas vidas ficariam expostos e seriam facilmente reconhecidos. Falar de defeitos, de falhas no comportamento humano num blog é uma coisa; falar da “prostituição alheia” é outra completamente diferente.

Mas o ferrão do escorpião é como o machado de Xangô: nunca se cansam em espalhar as verdades pelo mundo. Por conta dessa “minha natureza” decidi fazer um “pout-pourri” de fatores que façam com que as pessoas levantem as orelhas da desconfiança sobre a “prostitutividade” de alguém. Sim, porque, se de um lado não tem nada de mais o trabalho prostitutivo, é um direito do cônjuge saber “de onde vem o dinheiro” para ter a opção de escolher se aceita ou não continuar com aquela pessoa.

Então, leitores, deixo aí uma coletânea de razões para você acreditar ou desconfiar que seu namorado ou namorada está metido nesse “negócio”....

1- Quando ele (a) apresenta uma profissão “tradicional” e tradicionalmente simples e, em contrapartida, seu padrão de vida, suas aquisições, gostos, automóvel, moradia não são compatíveis com o tradicional salário da tradicional profissão. Vocês já viram alguma faxineira dirigindo Audi por aí?

2- Com mil perdões aos profissionais sérios e competentes dos ramos abaixo, mas pessoas que se dizem esteticistas, massagistas, terapeutas corporais, “modelos e atrizes tentando a vida em São Paulo”, entre outros, podem muitas vezes ser automaticamente traduzidos pela profissão em discussão nessa postagem. Se de um lado isso pode naturalmente traduzir um preconceito com tais profissões, a vivencia prática indica que muitas vezes essas são as “profissões alegadas” mais comuns para disfarçar a verdadeira. Algum garoto de programa chegaria na imobiliária para alugar apartamento dizendo, na lata: “Olha, eu sou GP e quero alugar o apê tal”?

3- Quando o cônjuge dá muitos “perdidos”, dizendo, principalmente após um telefonema no celular, que teve um “imprevisto” e tem que “dar uma saída”, principalmente em horários inusitados, como fim do dia ou no meio da noite. Isso porque garotos e garotas do “meio” podem ser chamados a qualquer hora para exercerem seus “atributos”...

4- Se você encontrar fotos do seu “amorzinho” em sites interativos, como Facebook, Orkut e, muito mais grave, em sites de encontros e de relacionamento e as fotos forem extremamente produzidas, tipo “foto de estúdio” ou se você encontrar fotos pornográficas e/ou em posições comprometedoras, filmes caseiros nesses sites, principalmente se o “amorzinho” alegar que foi alguém, geralmente um “ex” que resolveu se vingar....

5- Se o seu “amorzinho” aparece constantemente trocando moedas estrangeiras, sobretudo dólares e euros e seu trabalho não for fonte de arrecadação dessas moedas... Principalmente se, em noites anteriores, foi visto por conhecidos caminhando, de madruga, pelos “muros do Dante” ou dançando no “Love Story”...

Enfim, se ficar aqui tecendo possibilidades, não acabo mais é nunca. De qualquer forma, aceito sugestões. Definitivamente, não tenho nada contra a prostituição, nem acho impossível que um cônjuge não-cafetão aceite de bom grado estar casado com um “profissional do sexo”.

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