Blog do Doutor Fofinho

"Tudo começou há algum tempo atrás na Ilha do Sol..." Há muitos anos eu montei esse blog, dando o nome "Le Cul du Tabou", inspirado por uma amiga, para falar sobre o tabu das coisas. Ganhei muitos seguidores, mas desde 2018 não escrevi mais nele. Estou retomando, agora com novo nome, o "Blog do Doutor Fofinho", muito mais a minha cara, minha identidade. Sejam bem vindos.

Sunday, November 04, 2012

VIAJANDO NO DARJEELING LIMITED ATÉ O HOTEL MARIGOLD: UMA VIAGEM PARA DENTRO





Voltando para São Paulo essa semana, assisti a mais um filme daqueles de fazem verter lágrimas que não são de tristeza, mas de alegria e comunhão: “O Exótico Hotel Marigold”. Faz um tempão que abandonei os desejos de ir buscar espiritualidade no “externo”, seja ele Egito, Índia ou Santiago de Compostela, mas confesso que fiquei com um desejo de ir à Índia, para ver aquelas cores, sentir aqueles aromas. E, do mesmo jeito que “Viagem para Darjeeling” (Darjeeling Limited) podemos assistir ao filme vendo apenas isso ou tudo aquilo. Digo tudo aquilo porque esses dois filmes falam da mesma coisa, nesse mesmo lugar, a Índia: voltar-se para o Oriente para se conhecer, se transformar.

O Oriente tem essa cara. A Índia em particular. É claro que podemos buscar reencontros com nossas almas em qualquer lugar do mundo, mas o mundo sempre acena para a possibilidade desses acontecimentos na Índia. E não é preciso participar de cultos, procurar gurus, consultar oráculos. O encontro marcado é na verdade um desencontro, um perder-se nas cores, nos cheiros, nos sorrisos, nos temperos, na confusão dos barulhos, coisas e pessoas. Alma também é balbúrdia.

Como já disse em outra ocasião, assisti “Viagem para Darjeeling” em dois momentos distintos. No primeiro, achei apenas um filme bonito, gostei da fotografia e dei algumas risadas. Mas foi na segunda vez, quando estava “voltado para o Oriente” da minha alma, que o filme me tocou e me fez entender um montão de coisa.  No caso do Hotel Marigold, a paixão foi imediata e para além da simples cinefilia. O filme é o feliz encontro do “jovem” sonhador Sonny e os “velhos”, decepcionados com o rumo das próprias vidas. Nessa fusão de experiências, velhos e jovens se redescobrem e constroem uma nova forma de ver a vida.

Não quero contar o filme, mas é nas mãos de Graham (Tom Wilkinson) que, na minha opinião, está a essência transformadora do filme. Não por ele ser gay, apesar de que as repetidas vezes em que ele “sai do armário” durante o filme funcionam como uma reafirmação, não para ele, mas para o “outro”, da possibilidade, do aceno para a existência da diferença. Ele é um juiz aposentado, educado, bem posto  e que é gay. Não “mas que é gay”. É gay simplesmente. Mas não é realmente esse o tesouro do filme. O tesouro está na possibilidade de perdoar, de deixar partir, de poder se libertar. Essa é a maior lição do Oriente. Não é aquele perdãozinho cristão mal compreendido; é aquele perdão verdadeiro que implica em deixar as pedras rolarem seus cursos nos rios, tornando mais leve a caminhada.

Assim, Darjeeling e Marigold caminham para o mesmo Oriente: o de olhar-se e de deixar para trás as pedras pesadas da existência. Darjeeling significa o repouso de Deus. E Deus lá repousa? Acredito que sim. Mas ele só repousa para nós quando somos capazes de encontrarmos repouso e paz em primeiro lugar. E Marigold é uma flor, que dizem ter sido levada à Índia pelos europeus. “Mary of Gold”, mãe de Deus, mãe da sabedoria, mãe da consciência representada pelo ouro. É a chegada da consciência que faz Deus repousar. E a consciência chega quando chegamos em Marigold. Infelizmente aqui, Marigolds, que poderiam ser “marigólias” ou “Ouro de Maria”, viraram calêndulas, que não deixam de ser remédio. As calêndulas são ofertadas a deuses e também simbolizam a superação do luto.


E hoje, eu vi Marigold acontecer ao vivo. Vi não. Me contaram. Mas eu vi um tal homem,  abrir seu coração e dizer de suas mágoas em alto e bom som. Tantos anos, tanto peso, talvez tanta dor. Ninguém poderia saber se ele não tivesse contado. E assim são as mágoas. Mágoas são sentimentos. Podemos suspeitar que eles existam, mas só saberemos de fato se falarmos. “Fala que eu te escuto”, é assim que funciona a radiofonia do coração, pois vozes existem para serem faladas, do contrário seriam pensamentos.


6 Comments:

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