Blog do Doutor Fofinho

"Tudo começou há algum tempo atrás na Ilha do Sol..." Há muitos anos eu montei esse blog, dando o nome "Le Cul du Tabou", inspirado por uma amiga, para falar sobre o tabu das coisas. Ganhei muitos seguidores, mas desde 2018 não escrevi mais nele. Estou retomando, agora com novo nome, o "Blog do Doutor Fofinho", muito mais a minha cara, minha identidade. Sejam bem vindos.

Tuesday, August 06, 2013

TEMPO DE CANTAR E DE GRITAR


Faz tempo que não escrevo aqui. Me sentia um pouco culpado por não dar conta de alimentar esse “filho” e também de deixar de prover a leitura sadia tão elogiada por tanta gente. Há quase 8 anos que o “Le Cul du Tabou” tem divertido e emocionado pessoas, impulsionado sobretudo pelo acesso de muitos amigos através do Facebook. Meus fiéis seguidores não ficaram exatamente famintos: eles puderam se fartar em outros canais, como o Pau Pra Qualquer Obra e A Cozinha do Doutor Fofinho. Mas eu senti essa culpa de pai-mãe por não nutrir meu blog.

Hoje resolvi escrever porque estou feliz. Infelizmente tive que trilhar um longo percurso nesses últimos meses que me torturaram de alguma forma e me causaram algum grau de infelicidade, de insatisfação. Não estou falando da conhecida tristeza que sentia nos dias passados, tampouco das preocupações e aflições que nos atingem no cotidiano; estou falando daquelas coisas chatas como disse Elis, “a ponta de um torturante band-aid no calcanhar...”; coisas que lutamos, perseguimos, desejamos e jamais se realizam.  Fiquei triste por um lado, porque abandonar, deixar partir esse “problema” significou de um certo modo abandonar um (certo) sonho, um (certo) projeto. Fiquei triste, porque tive que me conscientizar que certos sonhos e projetos são construídos tortos, ou que a estrada para atingí-los é tão perigosa que jamais chegaremos. Tive que dizer a mim mesmo o que digo a tantas pessoas naquela pequena sala “encantada” do meu consultório: perdoar é deixar partir.

E hoje resolvi escrever porque deixei partir. Melhor: joguei fora mesmo. Amassei um papel que significou uma libertação. Um papel que significaria uma entrada, uma tentativa de entrada ao menos. Amassado, significou um assunto encerrado.

A intuição muda me assombrava. Perturbou meu sono, me fez taciturno e não disse uma palavra. Mas hoje ela se vestiu de mulher e me disse o que estava pensando. Simples e rápido. Usou a boca de uma amiga para me dizer que eu estava perdendo tempo nesse negócio e iluminou meu corredor escuro.

Eu sou grato à minha amiga que deu voz à minha intuição. E sou grato a ela por ter sido generosa e prática, principalmente por dizer, sem rodeios, de forma simples e fácil, o que sentia e pensava. Cada vez mais eu admiro pessoas que dizem que o pensam e sentem. Sem rodeios, sem “salamaleques”. Do mesmo modo, quero, não odiar, mas ficar bem longe de gente que não se mostra. Gente que, como os “Anomymous”, faz ou finge que faz um monte de coisas e não mostra a cara.

Cada vez menos eu penso que devam existir lugares e situações em que não se deve mostrar a cara ou deixar de dizer o que se pensa. Reservo o silêncio apenas a quem não vale a pena. 

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