Blog do Doutor Fofinho

"Tudo começou há algum tempo atrás na Ilha do Sol..." Há muitos anos eu montei esse blog, dando o nome "Le Cul du Tabou", inspirado por uma amiga, para falar sobre o tabu das coisas. Ganhei muitos seguidores, mas desde 2018 não escrevi mais nele. Estou retomando, agora com novo nome, o "Blog do Doutor Fofinho", muito mais a minha cara, minha identidade. Sejam bem vindos.

Sunday, July 15, 2012

SE MEU PUFE FALASSE


Era uma vez Glossy. Glossy Pussy. Exuberante. Glamorosa. Não é à toa que muita gente não simpatiza com Glossy P. logo de cara, porque seu ar “blasé” confere uma aura quase intransponível ao seu redor. Mas quem paga pra ver, quem ousa esperar por conhecê-la, acaba descobrindo uma criatura maravilhosa e fiel amiga.

É lógico que Glossy P. é um apelido. Esse nome surgiu em homenagem aos seus lábios carnudos e posudos. Seus lábios são a expressão mais completa e, ao mesmo tempo, mais singela do seu todo. Lábios brilhantes, prontos a dizer tudo e que, muitas vezes, não ousam dizer nada.

Teria muito pra falar de Glossy P. Em outro momento contarei algumas de suas aventuras e juro que muitas vezes não conseguirão ligar o nome à pessoa. É a faceta camaleônica de Glossy P. Muitas histórias pra contar. Tem um pouco de Madonna, à la Bedtime Stories, um pouco de Cher, à la This is the song for the lonelies. Tem muito charme em um pouquinho de tudo. Mas tem um coração enorme, de uma amiga sempre pronta a ajudar, tipo Mary Poppins....

Mas hoje escolhi falar da casa de Glossy P. Estive lá poucas vezes, não porque não somos amigos, mas porque nossos encontros são nas ruas. A rua é seu lugar. Várias coisas mudaram desde que ela, já faz alguns anos, deixou a casa da família para ter o seu “cantinho”. Móveis, cores de parede, camas, computador. Só uma coisa permanece: o pufe preto na sala de estar. Desde os primeiros tempos, quando o pufe era o único companheiro do rack, até os dias de hoje, ao lado do sofá, da mesa de jantar e do divã. Sim, Glossy P. tem um divã de couro, coberto com uma manta de  chenille. Mas o pufe está lá e imagino que se passarão anos e assim ele continuará.

Sendo assim, a trajetória da Petite Maison de Glossy P. tem uma história. Mas o seu pufe é realmente único, porque tem muita história para contar. Ele é testemunha das inúmeras vezes que Glossy P. aconchegou-se para fofocar ao telefone; as diversas “DRs” madrugada afora; infinitas vezes que amigos se consolaram em seu colo esperando uma palavra amiga... e é claro, as manchas.....

Sim, mais do que registros de palavras e calores “culares” (de cu, é lógico), as manchas contam histórias. Manchas de gordura, do gigante pastel especial do café da manhã de sábado, manchas de batom dos beijos incandescentes, manchas de esmalte do sábado de tarde e manchas de sexo (de vários tipos).... Se o pufe de Glossy falasse, com certeza gemeria muito. A faxineira de Glossy P. estranhou no começo. Mas depois acostumou com aquele “mancharéu” e desenvolveu várias técnicas para tirar as manchas todas.... Ficou um pouco asssustada com aquela primeira, esbranquiçada e embaçada, que cheirava a cândida. Só conseguiu entender aquela mancha ao tirar o lixo do banheiro e achar uma camisinha “cheia”. “Hum...então é isso....” pensou. E tratou de fazer suas misturas para remover aquelas marcas.

Fato é que os pufes têm história e memória. Já pensou se todos os móveis, as camas, os sofás, os bancos de carros resolvessem contar o que viram, o que ouvem, o que sentem? Que barulho seria.... É claro que a memória deles está em nós e evocamos essas memórias quando os olhamos. É por isso que espero que Glossy P. tenha sempre bons momentos para recordar com o seu pufe. E que não o abandone em favor do divã com manta chique. Acho que ele ficou enciumado. Até imaginei ele cantando, enquanto admirava as pernas cruzadas de Glossy, do alto do divã:  “Só peço a você, um favor se puder..não me esqueça num canto qualquer”

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