LOIRICES E BUCETOSES.

Não sei dizer quem inventou os termos; a primeira vez que ouvi falar de BUCETOSE foi no Programa Saia Justa, da GNT, da boca de Rita Lee, que definiu como sendo as chatices típicas femininas, como as exacerbadas competições entre as mulheres, o hábito de criticar roupa alheia. Enfim, é um vocábulo prescritível a diversos comportamentos femininos. Doutor Google só me deu duas páginas com o termo.
Já a LOIRICE... essa existe desde que o mundo é mundo. Devo ter ouvido pela primeira vez no início da adolescência, que é quando começamos a brincar com a loirice alheia. Doutor Google tem incontáveis referências ao fenômeno, que pode ser caracterizado como o usual comportamento mentecapto, temporário ou permanente, congênito ou adquirido, natural ou implantado, entre uma gama de mulheres, decorrentes da cor loira dos cabelos. Talvez seu grande “start” ou seu “boom” tenha sido nos gloriosos idos tempos do cinema hollywoodiano e suas loiras ardentes e monumentais, sendo o estandarte dourado (e é claro que não poderia ser de outro tom) a estonteante Marilyn Monroe.
Não estou buscando apredejamentos feministas, tampouco acaloramentos machistas. Não sei se é assim verdade que isso só acontece com loiras; é fato apenas que o senso comum mundial elegeu a burrice das loiras a melhor de todas elas. Mas eu de fato acredito que todo mundo tem a sua dose de loirice, a sua loirice intrínseca ou mesmo a adquirida com o tempo e através dos ritmos da vida e do mundo. Mas esse final de semana, ao lado de loiras incontidas, avivou meus pensamentos e lembranças sobre a loirice. E isso é igual para a bucetose. É claro que menos conhecido e menos pejorativo, mas encontrada até em maiores proporções.
No último domingo, acabei encontrando Dalva, num almoço na casa de outra amiga. Amiga engajada, empresária bem sucedida e recém espiritualista inveterada. Trocando em miúdos: Dalva é loira, mas não é burra. Sabe o que quer, tem planos para o futuro. Mas Dalva tropeça na loirice. E cai de boca. Inspiradíssima, comentou comigo:
“Aquele dia que eu desejei boa páscoa pro Fulano lá no Face, você me xingou!”
“Eu xinguei? De quê?”
“Xingou de repetista, repetitiva, sei lá.”
Fui verificar no Facebook. Achei. Entendi. Era domingo de páscoa e escrevi pra ela: “RÉPI-ISTA”, querendo dizer “Happy Easter” ou “Feliz páscoa” em inglês. Ela despencou a dar risadas da própria loirice.
Depois emendou:
“Quando a gente tava na Califórnia, eu e meu namorado, aconteceu o terremoto lá no Japão e todo mundo tava com medo que ele atingisse a Califórnia. Meu namorado perguntou qual cidade tinha sido atingida e eu respondi ‘Quake’.”
“Quake?”, ele perguntou.
“Sim, ta escrito na TV. Eles não param de falar isso.”
“Quake não quer dizer tremor?”
E de novo ela se chacoalhou em si mesma, rindo da própria loirice, dizendo: “É que eu sou loira, né?”
Tenho uma amiga que tem uma filha que, apesar de não ser loira, loirifica com freqüência. Outro dia viu um coelho entrando numa loja e disse:
“Mãe, mãe, olha! Uma lepra!”
“Lepra?”
“Uma lepra, mãe, a mulher do coelho!”
“Fernanda, é uma lebre!”
“Ah... é parecido,né?”
O legal da loirice é que pode ser bem divertido, pode virar até piada. Diferente da bucetose. Bucetose gera brigas, desentendimentos, separações. Gera “istresse”. Como me ensinou Rita Lee, bucetose é um negócio chato, que cansa. Bucetose não é TPM; mas é agravada por ela. Toda mulher está sujeita a bucetoses em qualquer tempo; mas tem algumas que são bucetoses ambulantes. Serafina é uma delas. Mulher azeda, intratável. Encrenca com tudo, vê problema em qualquer coisa, critica tudo e todos. Toda vez que encontro com ela, sinto náusea. Quando sei que vou encontra-la, sinto vontade de fugir, me esconder embaixo da mesa, não sair da cama. Pra mim, ela é a Vênus das Bucetoses. O ícone, o apanágio, o patognomônico.
Eu sabia porque queria escrever sobre as loirices, um tipo de burrice “charmosa”, divertida. Mas até encontrar com Sarafina, não havia entendido o porque de escrever sobre bucetoses. Não estou falando mal das mulheres; como disse uma amiga, sou um homem que gosta de homens, mas que também gosta das mulheres. E gosto mesmo. Minha irmã, minhas amigas maravilhosas, minhas mães-de-santo. Até compreendo suas pequenas bucetoses eventuais.... Mas as bucetoses ambulantes... que raiva!
Mas deixa elas! Que elas se entendam com Deus, com seus hormônios, com seus maridos ou com a falta deles. Só as quero longe de mim.
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