POUCAS E BOAS
É verdade que hoje é dia do amigo? Estão
dizendo que sim. Mas tem quem diga que não. Beleza. Dá pra comemorar qualquer
dia. Porque não é daquelas datas que temos obrigação de comprar o presente,
porque senão o mundo cai: dia das mães, dia dos pais, dia dos namorados,
aniversário do filho do amigo, casamento de primo, natal, páscoa. O verdadeiro
amigo está lá, com ou sem presentes. O verdadeiro amigo não precisa de
presentes. É lógico que eu gosto de dar e receber presentes em igual medida. Mas
não existe aquela obrigação, aquele rush de comprar presente para o amigo. Até
porque muitas vezes eles são muitos. E isso pode representar falência,
endividamento e creditocídio. Mais do que parabenizar, esse dia me faz pensar.
S-A-U-D-O-S-I-S-M-O. Penso nos amigos de todas as épocas. Penso naqueles que
tive, penso naqueles que se foram, penso nos que desapareceram. Naqueles que,
mesmo desaparecidos, continuo amando. Sou grato a todos eles porque fazem parte
da minha história. Essa noite, já na virada meia-noite, conversei com uma
grande amiga. Sem nem lembrar que já era o “nosso dia”, trocamos juras de amor,
reafirmamos nossos votos. Ontem pensava aflito numa amiga que há tempos não
vejo; essa semana fiquei triste com a notícia da doença de uma amiga. Vê? Os
amigos estão por toda parte e estão o tempo todo em nossas vidas. Lógico que
tem gente que não tem amigos; que tristeza! A amizade é aquela parentalidade
escolhida, encontrada, ao invés da suportada, acidentalizada. Hoje, mais
maduro, também me lembro dos amigos-parentes, dos amigos-família: irmãos, primos,
tios e tias. Feliz de quem tem um pai-amigo ou uma mãe-amiga. Eu não desfruto
dessa dádiva. Mas sou feliz com todos os outros. Tem também o marido-amigo, a
esposa-amiga, o namorado-amigo. Esse eu tenho. E agradeço a Deus por isso. Nos últimos anos, surgiu um tipo novo de
amigo: o amigo-paciente. Pessoas que, por terem se tratado e melhorado, nos são
gratos, nos têm como verdadeiros amigos. Eu já vi formatura, filho nascer, pai
e mãe morrer, casamento, separação, escolhas, mudanças, quedas e ascensões. Em
muitos casos, por tantas vezes, eu estava “lá”, torcendo por eles. Eu não
apenas dou essas coisas. Também recebo. Conselhos, carinhos, acalantos, conforto,
críticas. Tudo isso me faz pensar que eles são imprescindíveis. Não quero viver
sem eles.
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